Um passo a frente sempre!
Corrida do Bradesco em Presidente Prudente - VITÓRIA
Aqui tenho muita história pra contar!
Viajei até Presidente Prudente para saber como seria a corrida de lá. Conheci o Lauter Nogueira, que pelo meu esforço me concedeu a largar na elite naquele dia. E com isso aprendi mais uma coisa. Na verdade, várias.
Pré-Largada
Na hora da largada, a tensão de sempre. No aquecimento vi os professores de educação física conduzindo o alongamento. E outra coisa paralela aprendi com isto. Fazer o que gosta não dá insegurança e nada sai do controle. Não havia visto isso antes. Se eu tivesse que trabalhar com pessoas seria como eles: capazes de motivar milhares de pessoas. Até hoje me lembro da aula e do aquecimento.
4 dias antes
No camelô, comprei um par de camisas regatas, que se tornaram meu uniforme; tive que me preocupar com isto porque as camisas que meus patrocinadores prometiam estavam demorando. Pensei em fazer a minha e estabelecer um uniforme. Deveria ser verde e preto (cores básicas do exército) mas branca é uma cor "neutra" e que combina com as demais.
Largada - 2 minutos antes
Pela primeira vez na vida vi um atleta internacional ao meu lado e reparei muito nele. Era um queniano, tinha 49 anos. Reparei nos demais; o nervosismo aumentava.
Enfim; deu a largada.
Relatório
Me recordo muito pouco, só sei que na largada, também disparei como todo mundo fez. Tinha um cara lá que disparou mais ainda.
Numa hora o queniano passou a todos; chegando perto do motoqueiro que levava o fotógrafo, teve que mudar a marcha para companhá-lo. 4 minutos depois vejo o queniano voltando e eu tendo que ir fazer um balão logo a frente.
Peraí: eu estava indo e o queniano voltando? Pois é.
O Lauter, quando o chamou para a premiação, resumiu seu currículum em meio minuto. Nessa idade? Eu fiquei impressionado. Nunca tinha visto isso, e juro que até hoje ainda não acredito no que eu vi. Comecei a pensar comigo mesmo: se ele pode, eu posso!
Depois daquele dia decidi entrar de vez para o alto rendimento. Não sabia como; mas desejava.
"Mãnhas"
O que eu pensei que ocorreria era eu ser premiado por categoria fora da cidade, mas por ser Elite perde-se este direito. Eu devia ter lido o regulamento mas não o fiz. E daí eu, depois de anos, comecei a ver os pós e contras de sair na elite ou não só por causa das premiações.
A pior notícia do ano
Mostrei A medalha da prova pela primeira vez para outras pessoas fora do ramo esportivo, no Bentão, quando estudei administração.
Voltando de Presidente Prudente, o que foi prometido pelos meus patrocinadores da Hidra NetWork era que todos os gastos que eu teria na corrida seriam reembolsados desde que eu guardasse os comprovantes. Fiz tudo o que precisei via cartão de crédito e fui na confiança.
Descobri que a sociedade foi DESFEITA, havia briga de CACHORRO GRANDE, não achei mais a E.B.S., o Jamil jogou toda a responsabilidade dos gastos para a empresária, se eximiu de tudo o que sabia, a amizade sumiu e nunca mais respondeu nenhum e-mail meu, e a secretária - que julgava ser sábia só por ser mais velha e experiente e que substituíra uma mais nova devido a fofocas - que sabia da verdade não disse nada!!!! Porque esta mesma empresária havia "orientado" - diz a lenda que PROIBIU - de que me contassem o que estava rolando lá depois daquelas portas que pareciam as "muralhas de Jericó". Pra entrar tem que anunciar antes. Não tinha nada de mais, só 3 pessoas, 3 notebooks, mercadorias e... só.
E por não ter-me dito nada juros acumularam, não paguei as contas a tempo e a dívida de 500 reais ao todo teve a soma total de 2 mil, as seqüelas disso duraram por quase um ano e meio!
Minha mãe chamou a empresária de "cachorra", tamanha foi a revolta! Ainda bem que nunca se encontraram. Raramente vejo minha mãe brava. Pra você ver a vibe de como estava aquelas dias.
Pensei que ela devia ter aprendido sobre honestidade na igreja que frequentamos. Sobre honrar promessas que fazemos. Sobre fazer as coisas como se fosse pra Deus. É.... pensei.... Só vi ela uma vez depois do conflito pelos corredores a choramingar, e sumiu de vez.
Nunca mais vi ninguém.
E sabe o que é pior? Prometeram ter pago A SÃO SILVESTRE de 2008! E porquê eu acreditei? Porque havia um cara nesta mesma sociedade que também corria, não como eu; e já que ele ia, deu-se a entender que no dia da abertura das inscrições eu também seria inscrito porque ENTREGUEI meus dados pessoais para fazê-las! Na confiança.
O sonho de fazer a São Silvestre inscrito se foi. Pensei que não iria correr lá, porque eu já sabia o que fazer, mas não inscrito; tenho direito a guarda-volume? A hidratação? A MEDALHA? CERTIFICAÇÃO? E pra achar fotos com meu nome? Onde colocarei meus documentos? E se caírem no caminho? O bolso era fundo? Havia mochilas e "mochiletes" para vender como havia hoje em dia? NÃO!
Ah é, eu tinha dinheiro? NÃO! Com o que se recebia da Atento - call center - não dava pra nada mesmo!
Os dias de trabalho no call center distraíram. Era só sair pra treinar que pronto.... vinha o terror.
O terror veio a minha cabeça do mesmo jeito que vem uma ameaça de morte.
O terror chama-se NÃO PODER IR NUMA PROVA QUE SE PREPAROU O ANO TODO PRA FAZER.
A dor e a revolta vieram a mim de uma maneira tão séria que foram minhas companheiras por anos.
Isso e muito mais são Coisas que as pessoas não entendem.
Isso é tudo.