Um passo a frente sempre!
Série Delta - Etiópia
Voltando da São Silvestre do ano anterior, no ônibus alugado pela "Cuca", tive uma das raras, inteligentes e melhores conversas sobre corrida com uma pessoa muito querida até hoje: Júnias. É incrível como que nessa cidade que eu vivo o povo não consegue ter visão de negócios e se limita tanto que uma idéia nova é sinal de idiotice ou algo parecido. Daí quando dá certo te chamam de gênio.
Júnias é uma mulher genial; entendeu meu lado, e me deu esta inscrição; infelizmente não deu tempo de trocar o nome, tive que fazer por conta. Nos encontramos raríssimas vezes mas sei que está por aí fazendo seus projetos. Desejo que ela viva bem; sempre!
E havia um sensacionalismo muito esquisito naqueles dias. Participantes Chegaram a dizer que se sentiam como os quenianos correndo. Não sei como foi feito o "peso" do marketing nesse evento mas já começa errado confundir queniano em país errado.
Vi o kit; era pobre. Via inscrição e estava cara. Nesse ano começou o aumento das inscrições de corrida mas a galera não estava reclamando tanto como hoje.
E também foi nessa época que uma piada que já perdeu a graça - e claro, é mentira - ainda está impregnada na cabeça das pessoas: que quenianos correm de leão meio dia e descalço num clima africano daquele. Na boa; me perdoem mas quem acreditar numa bosta dessa .... sinceramente!
Posso falar desse jeito porque JÁ ESTIVE com eles, tenho eles no Facebook e conheço um de seus treinadores. Um deles JÁ FOI meu mestre. Futuramente eu explico.
A corrida era 2 voltas indo e voltando pela lagoa, aproveitando as duas avenidas; se não me engano. Só que, por tantas vezes muitas corridas serem no taquaral começava a me enjoar. Diferentemente do meu treino em Joaquim Egídio que eu tenho 5 estradas e criei 8 opções de treinamento; entre "longão" e militar. Era como se meu mundo não fosse só aquele.
Era frio, estabeleci um uniforme padrão para o verão e para o inverno. O teste com o pano preto foi aprovado; não tive problemas de cabeça devido a ação do frio, o pano preto absorve a luz solar e esquenta, e dá pra combater o frio. A cabeça não dói, não era um incômodo e poderia correr mais rápido.
Nesse dia também, vendo minhas fotos nos sites; não lembro em qual circuito que foi, vi uma foto que rodou o site todo; usaram como motivação para as pessoas se inscreverem e correrem mais. Um cara pulou na chegada do evento. Claro, não ganhou. O sorriso dele chamou a atenção.
Pronto; estava ensaiando minha chegada na próxima vez que eu ganhasse.
Esse era meu resultado, não gostei muito mas há de convir que faculdade influenciava em um pouco a vida esportiva. Treinando duas vezes na semana corrida; e começando o trabalho de fortalecimento na corrida poderia demorar para chegar os resultados. Não tinha pressa, apenas tinha que esperar mesmo.
Voltei pra casa, vi a camisa e usei na faculdade. Pronto. A sala inteira achou que eu era queniano. Nunca tinha me visto. Crem deus pai..... Saí no pátio da Unip, pronto.
Estranho é ver como a roupa "muda" a pessoa ou os olhares sobre ela. Era só uma camisa de corrida com um desenho diferente de um país pouco notado, dos melhores atletas do mundo! É estranho como brasileiro se comporta. Só sei que a corrida deu o que falar e até hoje quero saber porquê. É o que me lembro.
Basicamente é isso.
Agradeço a atenção!
Vida longa a todos!