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 O mal da corrida como negócio

 

 

 

Um artigo científico de corridas de rua que planejei foi construído** desde set/2011 e finalizado em ago/2013, com o objetivo de ser, no lugar de mais uma monografia, ser um artigo diferente e jamais lido antes.

 

 

As perguntas da pesquisa foram entregues aos participantes em suas barracas no evento “corrida Integração”, feito em setembro de 2011.

 

 

Entenda-se “corredor de rua”, seja ele iniciante, intermediário ou alto rendimento ou olímpico, maratonista, velocista ou triatleta como “praticante”. A pesquisa considerou a todos os praticantes de maneira uniforme.

 

 

O evento foi o escolhido porque por muitos anos uma tradição se segue em que diferentes classes sociais reunidas em prol de um objetivo se reúnem em larga escala, acima de dez mil pessoas. O único evento esportivo que conseguiu fazer isto por muitos nos foi este (diferentemente de outros eventos que ora são autodenominados “elitizados” pelo preço das inscrições – com isto exclui aqueles que não tem poder aquisitivo alto – e outros eventos aonde os menos favorecidos vão – e as inscrições logo acabam e o povo dito como elitizado não frequenta - então isto foi levado em consideração).

 

 

Para que a pesquisa alcançasse todas as classes sociais possíveis, sendo justa para ambos os lados, perguntas e eventos foram escolhidos a dedo, até que se chegou neste veredito. O evento corrida Integração é onde mais se reúne diferentes classes sociais e, portanto ira reunir opiniões variadas e pontos de vista variados, não sendo justo usar um só ponto de vista de forma manipulativa. Fazendo-se valer da tradição que o evento traz, suas mudanças ao longo do tempo favorecem seu crescimento em divulgação (popularidade):

 

 

  • As inscrições serem gratuitas no inicio, $15,00 em um determinado período, $30,00 em 2009, $60,00 nos dias atuais e encarecendo;

  • As mudanças no trajeto: a largada antes era feito na Av. Fco. Glicério esquina com R. General Osório; depois se mudou para o taquaral com 2 voltas em torno dela, e a mudança em agregar outras avenidas para totalizar 10 km;

  • A participação de um banco privado como patrocinador do atletismo no evento (Caixa) e também ter feito parte da tabela do ranking nacional do quadro de corridas que a CBAT estabeleceu, e a perda de tudo isto em 2010 por motivos desconhecidos;

  • A introdução do trajeto de 6 km como opção alternativa.

 

 

Na pesquisa, os praticantes de corrida vão de iniciantes a atletas do alto rendimento; de treinos de 2x na semana e outros todos os dias e aqueles que acham indiferente; os que preferem correr “x” distâncias” e os que preferem correr “x – nome do evento” porque aquele evento tem o “x” quilômetro preferido pelo praticante e pelo mesmo ser em local fora do comum para o exercício. Portanto os praticantes, todos fazem regularmente suas corridas e não são pessoas fora do ramo que “acham” simplesmente por achar; tem opinião formada e ainda são formadores de opinião; hoje em dias pelas mídias sociais –não alcançando a força impactante que gostaria que ocorresse.

 

 

E pelos gráficos, percebe-se que os praticantes de corrida de Campinas correm muito bem. Fazendo jus ao que opinaram na pesquisa. Provavelmente se não fossem corredores assíduos ou sem hábitos de persistência ou o gosto, o vigor, as respostas seriam outras.

 

 

O valor da inscrição é o fator que mais faz com que praticantes de corrida – iniciantes, intermediários e do alto rendimento – desistem ou deixem de frequentar eventos esportivos porque o espírito esportivo que fora pregado ao longo dos anos tem dado lugar ao consumismo desenfreado, ao egoísmo, visão de arrecadação de lucros usando o sentimento e as tradições que as pessoas possuíam quanto as praticas destes eventos, bem como as sensações de auto superação particular de cada um onde muita das vezes isto não é levado em conta.

 

 

A corrida como negócio esta afastando as pessoas talentosas de sucessos extraordinários pois muitas delas poderiam desenvolver suas habilidades nas corridas e nas premiações extras buscar motivações e continuar em seu trajeto – como é o caso dos atletas do alto rendimento –e aqueles que fazem as corridas de forma lúdica começam a pensar se vale a pena sair de casa domingo de manhã, para correr em um evento cada vez mais caro onde não tem retornos psicológicos. Os retornos psicológicos são todos os fatores que fazem as corridas de rua ficar mais divertidas para o praticante, alem do próprio exercício o ser, e isto têm que estar claro para as organizadoras que deveriam saber que quem faz as corridas de rua ser populares são os próprios praticantes, que pagam e se inscrevem. As premiações extras, a motivação do pessoal do staff, sorteios de brindes, divulgação deste evento na TV – onde 90% da programação é futebol – são os retornos psicológicos que se refere, aumentando o interesse de todos nestes eventos, e quaisquer ideias que façam os participantes estarem mais à vontade. Este é o segredo. Em tradução; diversão, alegria, motivação.

 

 

Fatores que aborrecem os praticantes, como o direito ao uso de guarda-volumes, layout claro e objetivo do evento, banheiros higienizados, direito a medalha, placas dos quilômetros percorridos, as informações de ocorrerem premiações extras somente para “segurar público” e as mesmas não ocorrerem, o direito a água e se possível isotônico no trajeto são revoltantes para os praticantes; muitos deles pensam na ideia acima: “... se vale a pena sair de casa domingo de manhã, para correr em um evento cada vez mais caro onde não tem retornos psicológicos.” Na verdade a prestação deste serviço e os danos decorrentes do mesmo estão presentes no Código de Defesa do Consumidor e cabe ao interessado fazer valer seus direitos.

 

 

Conclui-se também que a organizadora é responsável direta por estes fatores; fazendo muitos imaginarem se os tais organizadores são praticantes de corrida, pois se o fossem não cometeriam erros grotescos e quase que imperdoáveis, como dar a medalha de participação no kit como houve na corrida de São Silvestre em 2010 e na mudança impensadas em seu trajeto em 2011; as agressões físicas e violentas dos seguranças contra os não pagantes que não atrapalhavam quem estava correndo inscrito no evento em que se baseou as pesquisas (fatos ocorridos em 2010); entre outros acontecimentos que geram indignação profunda do praticantes nas organizadoras.

 

 

Enquanto este entendimento não for absorvido e praticado pela organizadora, continuarão a ocorrer conflitos entre os praticantes, que entraram em processo de desânimo nas praticas de corridas de rua nos eventos, mas não de forma particular. Os pensamentos de “pagar para correr” pelo simples “gosto” serão substituídos pelas corridas rotineiras de domingo ou terça-feira, e perderá o vigor que tantos anos de corridas trouxe, além das revelações; muitas delas olímpicas. Outra coisa levada em consideração é a vergonha que se podem comparar as corridas nacionais com as de fora; no tocante a organização, consideração, ideias novas e que também o espírito esportivo lá consegue falar mais alto inversamente proporcional que o consumismo dos eventos daqui proporcionam.

 

 

Um ditado popular de fácil entendimento é o “tiro no próprio pé”.

 

 

Crendo que este artigo irá quebrar alguns tabus trazidos por alguns anos incentivados pelo consumismo mesmo que de forma despercebida ou subliminar; praticantes devem continuar a se explorar e se superar nos eventos e as organizadoras devem ter o olhar de contexto sobre os praticantes. Nem todos têm condições ou gostam que ocorram certos fatores; por isso a pesquisa de mercado ou reunião e coleta de opiniões, se praticada aproximam “empresa – cliente”, como sempre ocorreu. Humildade nestas horas em reconhecimento a erros e a luta para corrigi-los o mais rápido possível faz o sucesso em muitas empresas; fazendo o evento também ser o sucesso que tantos desejam que ocorram. Ou que voltem a ocorrer.

 

 

 

disponível também no Blogger: [11º Artigo; confira]

 

**o artigo em questão foi exposto

parcialmente neste link: 25º artigo

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