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Anteriormente não ocorreu de eu estar em um mesmo circuito seguido. Já ocorreu desejos de estar no pódio de 3 ou 4 corridas por final de semana seguido. As concretizações deles foram raras e isso só aumentou a gana pelo sucesso, e o desgosto pelos mesmos problemas continuarem a me impedir a progredir. 

 

Depois das última etapa, ainda ficava esse mesmo desgosto: do atraso, do tempo, condições desfavoráveis, do resultado final. Era possível que isso voltaria; pensando nisso o humor se alterou no dia da inscrição, só deixei os dias passarem. E assim que pisei no jóquei de manhã; sábado; para ver os preparativos para a participação do grupo de voluntários. 

 

O dia com novos amigos passou rápido; ensaios nos aparelhos; boa companhia; Eliane, Laine, e a Bia; junto com o Chagas, amigo infante de quartel, tudo seguia dentro do normal. Quanto mais "distante" do evento, melhor. O intestino funciona melhor porque o nervosismo não o acelera; nem vertigens; nem palpitações. Já vi esse filme antes. O dia foi mais relaxante do que imaginei! 

Quando chegou a hora, no domingo, local do evento, 06h30, uniforme pronto, resolvi me isolar; ouvir minha trilha sonora de rock pesado, criando raiva contra todas as dúvidas que ainda rolavam desde o sábado de manhã, a respeito do "Sibéria", obstáculo do gelo; pois está em outra ordem como de costume. Das outras vezes era um dos primeiros. O jeito era também não ficar pensando nele. 


E não adiantou muito, estava eu totalmente nervoso; controlado; na largada. Não falei com ninguém. Das coisas que me dá mais raiva ainda é: esperar demais; não conseguir controlar direito as emoções; a água no tênis logo de início; é a contagem regressiva lenta de todo locutor lazarento de corrida. Tooooooooda veeeeez é a mesma coisa. Se eu fosse os caras um disparo de arma de fogo ou uma bandeira em xadrez é o suficiente pra dar largada.

 

Mas não... enfim.

 

O salmo 2 foi dito 5 minutos antes. 

LARGADA!!!!!

 


Tive que usar todas as mãnhas e sair daquela bagunça de alagamento e concorrentes nervosos. Virei a esquerda, vi os pneus e disparei. 

 

 

No nervosismo, se aprende mais. Ouvi só uma vez um participante perguntando a alguém do staff na hora sobre o trajeto, para onde iria. Eu gravei isso e corri para o lado ceerto. A organização pecou feio nisso. E isso me deu uma linha de pensamento que em instantes comentarei. 

Os obstáculos vieram, pensei que não iria assumir a liderança tão rápido mas a partir da "rede de pescar" que temos que passar por baixo foi mais fácil do que pensei. E desesperadamente abri espaço em comparação com o segundo, para que eu desaparecesse da vista dele, do mesmo jeito que fiz nos K21 em Serra Negra, que também fui campeão. Correr na areia, grama, cascalho, pra mim era comum. Na hora foi fácil. Só fiz o que já praticava. 

Um elemento natural que mais gosto é o raio. Em paralelo, toda a equipe de voluntários gritava meu nome. O jóquei ficou pequeno; parecia as salas de aula das escolas que passei. Eu via tudo, olhava tudo, e quanto mais gritaam meu nome, mais eu ficava nervoso. CADA GRITO deles era um raio na minha cabeça. E como eu gosto de raios, do clarão e explosão, o sorriso se expande. Posso ouvir a voz de todos eles até agora. Pisava forte no chão; respirava mais fundo e melhor; a contração muscular se acertou pra evitar excessos. A sensação de sentir o jóquei minúsculo devido as pessoas me chamando me deixou descontroladamente controlado; Impossível me parar naquele momento. Nunca senti isso antes, na verdade todo corredor de elite relata que ouve pessoas o chamar o tempo todo e isso era uma coisa que desde quando iniciei NUNCA tive essa sensação.

 

Até agora. 


E enquanto a corrida não acabasse era aquilo o tempo todo! E eu iria ATÉ O FIM NAQUILO! Era tudo ou nada; preparado para a guerra!

 

Comi um pedaço de rapadura. Cheguei No "brutus", joguei o tronco no trapézio e saí logo. Vi homens pegando peso de mulher; e com isso acelerei, porque, lógico, este estaria mais rápido. Mas deu certo.

Comi um pedaço de rapadura. Cheguei No "brutus", joguei o tronco no trapézio e saí logo. Vi homens pegando peso de mulher; e com isso acelerei, porque, lógico, este estaria mais rápido. Mas deu certo. O "monte bravus" era o estorvo que na hora me liguei. Se eu errasse nele, teria possíveis problemas. Mas não tive. Não errei: um tiro, um salto, um movimento de braço. TCHAU! 

 

E a galera gritando e eu cada vez mais louco!

O "swing", que eu chamava de "tarzan" foi 4 segundos. Ou menos. Não lembro.

Arrastar o concreto com corrente não me fez perder tempo. Direcionei o braço na altura da lombar e fui. 


E lá vi o Siberia. E não demorei muito; pulei berrando pra dentro dele. Em nada doeu, nem sequer incomodou. Só foi um estorvo passar por baixo da placa. Afundei o chão pulando dali de cima, nem doeu a perna esquerda que pousei. Engraçado: o problema que pensei que me daria dor de cabeça foi o mais fácil de resolver. 


E a galera gritando e eu cada vez mais louco!

Já estava na metade do caminho.

 

 

O "fobia" foi muito rápido, amarrei o cadarço e saí. No "a fuga" entrou água no nariz mas puxei pela boca mesmo, num salto saí e já corri. Sem perda de tempo. O "vietnã"; ratejo militar; também. Calmo, deu pra amarrar o cadarço de novo. Perguntei a voluntária mais próxima aonde estava o próximo concorrente e ela disse estar muito longe. Era isso que eu queria; estava nos planos. Dava pra correr até mais devagar e economizar forças. Talvez era a hora de imaginar que daria certo dessa vez; mas "sou véaco"; não posso baixar a guarda. Portanto Mantive o ritmo, furioso.

 

E a galera gritando e eu cada vez mais louco!

 

Agora no king kong eu invento de sei lá Deus dar sinal errado à mão e cair. Devia ter contraído os braços como da outra vez. Devia ter feito uma tentativa nova de sair dali que há tempos está na minha cabeça. Devia ter me atirado logo na beirada do obstáculo. Mas não. Mano, que desgraça era pagar. E daí eu vi quem? O espanhol. Tive que acelerar. E isso me complicou depois. 

 

E a galera gritando e eu ... o que fiz? A revolta aumentou; veio como um trator. A fúria subiu demais. Dali, após pagar sem olhar pra trás corri, e essa corrida fez regularizar toda a pressão cariorrespiratória. O treinamento ninja pensei que iria falhar; mas o braço cansou e usei os pés mesmo; da outra vez não os usei muito. Toquei o sino, caí e saí. Nem liguei pro Cláudio zoando; ai dele se tentasse atrasar. Na verdade ai de qualquer um. Eu já estava num grau alto de nervosismo.

 

E a galera gritando e eu cada vez mais revoltado!

 

Vi o Chagas, subi no "por um fio", queria pular de lá de cima mas não dava. Já saí logo. Olhei para trás pra ver onde estavam os outros. Meramente longe. Mas pra mim era arriscado.

 

Já vi esse filme antes. 

No Hércules, DE NOVO o obstáculo NÃO SUBIU. Tive que pagar. Nas duas edições, choveu. Nas duas edições o peso não subiu. Nas duas edições tie que pagar. Não é engraçado? E PORQUE DIABOS O MESMO OBSTÁCULO? Os pensamentos de fraqueza, impotência e relacionados invadiram minha cabeça; juntamente com as risadinhas dos telespectadores. Mano, Queria era arrancar aquele gradio do chão e..... bom, enfim. O segundo colocado chegou e nem olhei pra ele, Pague os 20 "burpees" e saí. Não iria adiantar muito. Tive que acelerar. 

 

No "mil volts" cruzei os braços e entrei. Não senti absolutamente nada. E sinceramente, se não tivesse riscos, passaria de novo. 
E o fogo, apenas pulei. E finalizei.

 

FINALIZEI! FINALIZEI!!!!

 

Queria gritar a vitória como no meu sonho; constante á 3 meses atrás mas não havia absolutamente ninguém quem registrasse aquilo filmando. Vi um pórtico de chegada deserto, só os carros no fundo. Não foi isso que sonhei.  O grito que dei foi baixo, pra dentro, poucas pessoas ao longe perceberam. Não caí, nem baixei a cabeça; a realidade era aquela: eu sou campeão da etapa BRAVUS RACE! Pronto e acabou! 

 

Apareceu o segundo colocado e o terceiro; parabenizamos e saímos. 

 

O tempo que passei antes de assumir o posto de voluntário foi de tirar fotos ao longo do tempo, com muita gente, para documentar uma coisa muito rara que eu vivo: eu sou campeão da etapa BRAVUS RACE! Pronto e acabou! Achei as meninas que venceram, tirei fotos com elas e simplesmente adorei o momento. 

 

Reclamo da forma como a premiação foi feita, indicando falta de consideração ou inexperiência ou ineficiência dos organizadores que ao final do evento pude perceber que sequer não reconheceram os vencedores passando ao lado deles, eu mesmo sou testemunha. 

 

Reclamo da forma como a largada foi dada. Eu entendo de mensagem subliminar e de longe vejo uma. No facebook até comentaram sobre pessoas que correram pro lado errado; não sei se uma participante deu a entender que eu estando do lado certo e alguém que poderia ganhar de mim não o fez justamente por este erro é o que comentei no texto acima, na largada. Não me lembro dos outros colocados terem seguido para o lado errado, pois o segundo colocado estava à minha esquerda e ouviu as instruções e o terceiro à direita simplesmente seguiu o fluxo para a direita mesmo. Eu segui normalmente, tive duvidas mas por um segundo vendo o obstáculo logo vi o erro. 

Ao me lavar e me trocar, e voltar a tenda dos voluntários saí tirando fotos com todas as pessoas dos voluntários. Estava cansado, tentando falar; deu dor de cabeça, fome extrema, sono em muitos momentos. Mas o mais interessante é que lesões graves, complicações, e problemas relacionados eram ZERO! Os níveis emocionais já haviam baixado. A ficha demorava pra cair,  porém não havia mais dúvidas: eu sou campeão da etapa BRAVUS RACE! Pronto e acabou!

 

Confiar em Deus tem sido o segredo em muitos momentos vividos no esporte. 

Trabalhei no evento, e o dia se encerrou bem. Tirei o que deu pra tirar de fotos, principalmente com As lindas voluntárias; claro! 

 


Uma gande caminhada se iniciou até a estação mais próxima, com mochila pesada, até a rodoviária do tiete. Eu, Chagas, Eliane e Laine. 
Cheguei em casa 22h. Cansado, feliz, querendo descanso.

 


Agradecimentos especiais a Beatriz, Ignes, Bira, Maurício M.V. Torres e a cada um que GRITOU MEU NOME, fazendo com que eu ficasse totalmente EUFÓRICO, a ponto de pisar CADA VEZ MAIS FUNDO e FORTE no chão, me obrigando a PREVER obstáculos e RESOLVER problemas ANTES mesmo deles começarem; sem sentir DORES, nem DÚVIDAS, nesse pedaço de chão brasileiro, que é NOSSO! Se caísse um raio no meu lado não ouviria. 

Por ter poucas fotos tire uns prints das conversas das minhas novas amizades. A "vibe" era enérgica!!! Até agora!

Irá durar um bom tempo!

Aqui estão as conversas dos amigos "zueiros" de quartel. Só risada! Pelamor....
Foram eles os únicos a se reunir e custear pares de tênis onde eu pudesse escolher livremente e com isso garantir vitórias. Essa é a primeira. Virão várias!

Mas a zoeira não pode parar!

Vida longa a quem assistiu, gritou, torceu e confirmou tal conquista. ASSIM DESEJO!


Coisas de atleta que raramente comento. 

Bom, se eu lembrar de mais detalhes, reescreverei.

Por hora, isso é tudo.

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